Gaia (Adoa Coelho)

Gaia é a personificação do antigo poder matriarcal das antigas culturas Indo-Européias. É a Grande Mãe que dá e tira, que nutre e depois devora os próprios filhos após sua morte. É a força elementar que dá sustento e possibilita a ordem do mundo. Nos mitos gregos, os conflitos entre Gaia e as divindades masculinas representam a ascensão do poder patriarcal e da sociedade grega sobre os povos pré-existentes.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

copo meio cheio ou meio vazio?

"Fazer parte do problema" será o "copo meio vazio" do "Fazer parte da solução" (copo meio cheio)???
 

domingo, 26 de junho de 2011

Queres ter Paz ou ter Razão?


Havia um Mundo que estava separado em dois grandes países.
Eles chamavam-se “os de cima” e “os de baixo”, se bem que para cada um deles “os outros” é que estavam em baixo, por isso, seriam eles “os de cima”.
Houve um dia, por acaso, em que um habitante de um desses países saltou. E foi um salto que, por ser único, se sentiu do outro lado do planeta.
No país vizinho estavam a sair do trabalho e ao sentir aquilo assustaram-se muito. Reuniram-se no ponto onde sentiram a trepidação e uma das pessoas lembrou-se de também dar um salto como retaliação.
Entretanto, no primeiro país, a pessoa que saltara tinha ido à sua vida e nunca mais se lembrara do que fez, até porque não tinha muita importância. Bom, até teve. Estava feliz. Tinha nascido o primeiro filho e a alegria fora tanta que ousara manifestar a felicidade – coisa rara nesses mundos. Mas houve uma outra pessoa que sentiu o salto da pessoa neste país e achou aquela situação absurda. Como ousavam?

E saltou.

A pessoa que havia retaliado ficara à espera de resposta, não fossem os outros atrever-se.
Mas eles, os outros, não quiseram ficar atrás. Então, chamou um amigo que estava naquele grupo e pediu para saltar com ele.
O habitante do outro país, ao ver que ficara em desvantagem de número, chamou também os seus amigos e os amigos dos amigos, e os amigos dos amigos dos amigos.
Nem foi preciso os governos se intrometerem. Em pouco tempo ambas populações saltavam sem ninguém saber já porque o faziam. Mas saltavam.
O planeta lá aguentava. A poeira levantada era varrida pelo vento que a levava sem rumo pelo Universo. O planeta ficava mais e mais achatado. Fino.
Quando não faltava mais do que 40 cm de espessura de terra para finalmente as pessoas de ambos países se encontrarem, abriu-se um enorme buraco no meio. As pessoas que estavam aqui saltaram directamente sob os pés e também se perderam no Universo propulsadas.
Ambas partes acusavam a outra do conflito quando finalmente se puderam ver, sem nunca deixar de saltar.

O homem, cujo filho acabara de nascer e que amava muito, saltava enquanto maldizia... “os outros”. E o resto do planeta acabou por partir-se.