Gaia (Adoa Coelho)

Gaia é a personificação do antigo poder matriarcal das antigas culturas Indo-Européias. É a Grande Mãe que dá e tira, que nutre e depois devora os próprios filhos após sua morte. É a força elementar que dá sustento e possibilita a ordem do mundo. Nos mitos gregos, os conflitos entre Gaia e as divindades masculinas representam a ascensão do poder patriarcal e da sociedade grega sobre os povos pré-existentes.


One never knows...



Sim, vivemos num Mundo fantástico!
Quê? Ainda não tinhas percebido?

Pois é! Vivemos num Mundo Fantástico!

Esquece os noticiários, a vida deturpa-se quando passa nos televisores...

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Julgar os Outros


Imaginemos uma mão que aponta para alguém. Ao apontar, usamos especialmente um dedo, o indicador. E que acontece aos outros? Quem apontam? Para nós! Sempre que tentares acusar alguém e lembra-te disto. Não há ninguém à tua frente para acusar, apenas tu! E és tu própri@ que te acusas sem o saber.

Mas aparece aqui uma questão... e o dedo polegar? A quem acusa? Deus?
Só há três tipos de negócios... O meu, o teu e o de Deus...
Sim, está a apontar para Deus. Para o nosso interior mais profundo. Deus!
E sabendo isto, consegues agora acusar mais alguém na tua vida?




Eu fiquei com sérias dificuldades!
Mas aliviada! Ninguém me poderá nunca acusar seja do que for e, sempre que necessitar acusar alguém, é a minha dica para ver bem o que está a passar. Que fiz eu? Que poderia ter feito? Que posso melhorar?
Sou sempre eu, nunca tu. Tu apenas me mostras o que preciso saber e por isso te agradeço e te chamo de AMIG@, nunca de inimigo. Sim, pode provocar muita dor saber isto, mas é o único caminho para nos libertarmos e tomar a nossa vida nas nossas mãos. É aí que ela pertence, mesmo que não tenhamos controlo algum sobre ela, mesmo que eventualmente haja forças maiores que nós e seja exactamente Deus que nos leva pelos caminhos...

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Th1rteen R3asons Why


Acabei de ler o livro "Th1rteen R3asons Why" do Jay Asher.
Comecei a ler o livro ontem e acabei de o ler hoje. Senti-me como se estivesse viciada, precisava de o ler até ao fim. Precisava de saber como iria acabar. Mas não acabou de nenhuma maneira espectacular. Acabou, simplesmente e não vou contar como!

Foi um livro que me impressionou por variadas razões. 13? Acho que nem tantas!
Comecei a lê-lo porque o tema me interessa - Bullying.

Uma jovem muda de cidade e escola, neste ambiente novo começa a sofrer com os rumores que inventam sobre ela. É uma escalada enorme sem fim à vista para ela e ela faz precisamente o que acha a melhor solução para ela - suicida-se. As pessoas que a ajudaram a tomar essa decisão vão receber um conjunto de cassetes numa caixa de sapatos. Com a caixa, recebem instruções para ouvir as cassetes até ao fim e depois passar à pessoa seguinte. Todo o livro é a reacção de uma dessas pessoas enquanto escuta os áudios.

É uma narrativa bem elaborada e fácil, sem ser mastigada. Embora o tema seja difícil de abordar, foi feito de uma maneira bastante inteligente e muito segura. Não há lugar a tédio, aqui.

Mas que achei realmente do que a história e como a história aborda o tema?




Bom, como ex-vítima de Bullying e autora de livros cujos temas rodeiam o mesmo, achei que o autor foi, no mínimo, corajoso. Mas se calhar os elogios ficam por aqui. Tanta mágoa e raiva. Será que o autor viveu...????.... sim, o autor viveu algumas coisas durante a sua juventude... é impossível não as ter vivido. Como poderia escrever sobre o assunto se não sabia/sabe o que se passa quando se sobrevive ao bullying?

Mas que critico eu afinal? Está bem escrito, não há dúvidas. Só que dei por mim voyeurista. Continuei os rumores só por estar a ler o livro. É como se fosse eu a andar pelo meio da cidade onde Hannah e os colegas viviam, a espiá-los... Como se me promiscuísse naquele lodo todo. Sim, porque é de lodo (para não usar uma palavra mais forte) do que o livro fala. Fez-me impressão porque perante todos os acontecimentos, só no fim ela consegue ver um bocadinho de quem ela também era. Porque ela, quer quisesse quer não, era conivente com tudo o que estava a passar. Só que escolheu o caminho mais fácil - apontar o dedo a toda a gente.
E não o fazemos todos? Não é isso que fazemos quando nos dói a alma? Aqui é que está a questão. Por muito interessante que o livro seja, acaba por ser um apontar dedos a toda a gente. É isto que faz o livro em quase 99% das palavras que usa. Talvez esteja a exagerar um pouco... É um livro em que precisamos mastigar muito, remexer muito em nós.

Clay, um dos únicos “conscientes” de todos os personagens, leva-nos pela narrativa pela sua própria voz. Isto mexeu comigo. Colocou-me lá, fez-me também mexer no logo e cheirá-lo. É isto que torna o livro forte. Somos nós, afinal, cada um de nós que estamos na pele dele e queremos salvar Hannah. E não podemos fazer nada. Tal como Clay. Ficamos frustrados. A ideia do autor vai de encontro com o final. Se não conseguimos salvar toda a gente, ao menos podemos ajudar a salvar alguns dos jovens que vão aguentando sem se destruírem totalmente. É um abrir de consciências.

A minha questão é que o livro passa a mensagem de que são os outros que têm de nos salvar de nós próprios e na verdade a vida não é assim. Ok, todos nós podemos ajudar uma pessoa nessa situação, mas... é sempre decisão da própria pessoa salvar-se ou não.




Quando Hannah pede ajuda, não é para se ajudar, foi mais uma forma de se vitimar mais uma vez. Este pode ser um dos perigos do livro - usar estas estratégias para nos vitimarmos, apontar os dedos a toda a gente para que não olhem na nossa direcção. Seria interessante se alguém se matasse e começasse a enviar cassetes e vídeos para toda a gente que @ magoou. Que linda forma de vingança! Que linda forma de apontar o dedo a toda a gente! E como se sabe, não se consegue contrariar um morto.

É interessante como ela se vê em todas estas situações. Podia tê-las evitado mas nunca o fez. Já tinha uma história de bullying anterior (subentendida) mas, mudando de cidade, mudando de escola... os problemas seguiram-na. Por que será? Será que as pessoas foram atrás dela? Ou foi ela que levou as mesmas atitudes com ela, onde quer que fosse?

A co-responsabilidade é o que nos coloca no meio das situações de bullying e também é o que nos retira delas. Só quando percebemos que tivemos um papel em tudo o que nos aconteceu e vai acontecendo, só quando isso acontece é que recuperamos o nosso poder (que damos aos outros quando os acusamos de tudo) e finalmente aprendemos com as situações.

Foi isto que aprendi durante estes anos em que fiz de "Vítima" profissão.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

As Queixas


Mais palavras para quê?


Hoje vou escrever sobre o "corpo de dor".
Este é o nome que o Eckhart Tolle deu à dor que todos sentimos e fala dela como se de um verdadeiro corpo se tratasse.
Até certo ponto, é mesmo assim. Nós tomamos as dores psicológicas como se tivessem um corpo, como se fossem reais e até certo ponto são. Ou melhor, nós tornámo-las reais, não é que elas o sejam. Se tentarmos delimitar, pegar, materializar a dor, com que ficamos? Nada! É esta a verdade da dor. Somos nós quem a cria, somos nós quem tem o poder de a fazer desaparecer, desmaterializar.

Sabem quando se pega nuns óculos de lentes azuis e passamos a ver tudo azul? Pois é assim que funciona o corpo de dor, como uns óculos que usamos e, através dos quais, toda e qualquer experiência, mesmo boa, é experimentada como dolorosa.

 Dor gera sempre mais dor

Um ego magoado vê tudo dessa maneira, sob este ponto de vista. Parece que Einstein disse um dia que todos nós temos de escolher se achamos a vida nossa amiga ou inimiga. É este o mesmo princípio. Se observarmos a vida de um ponto de vista antipático, é isso que vamos receber.

Quando observamos um copo e ele está com a água pela metade... Está meio cheio ou meio vazio? Responde a esta pergunta simples e saberás como vês a vida. O copo não está nem meio cheio nem meio vazio. Metade é neutro. Nem positivo, nem negativo. É o nosso ego que classifica as experiências que temos e sempre através desses óculos. E se usamos uns óculos de dor? É dor que vemos.

Está em cada um de nós o poder de retirar esses óculos. A vida não é nem boa, nem má. A vida apenas acontece. A Natureza apenas acontece. Todos os dias, pessoas nascem e morrem. O equilíbrio vai-se mantendo. As tempestades seguem-se às bonanças, as bonanças às tempestades. Nada é novo. É tudo cíclico.

A dor tem o seu tempo, depois vem o prazer. E se quisermos sair deste ciclo vicioso, é notar quão inócuo tudo é. Se deixarmos de classificar e apenas observarmos a vida como ela é, vamos ter uma surpresa.

Quando tenho dores físicas, por exemplo ao caminhar, e sinto pena por não caminhar, é quando a dor demora mais a ir-se. Porque a natureza da dor é indicar que algo está errado, ela não precisa ficar. Mas de vez em quando nós gostamos e precisamos de nos queixar. Serve-nos algum propósito. Há sempre algo a ganhar... Por isso nos agarramos à dor. Quando era miúda, comíamos um bolo depois de irmos ao médico, especialmente se estivéssemos doentes. Então, segundo esta experiência, aprendi que se estivesse doente teria mais cuidados e atenção. Tinha mesmo direito a comer doces. Era uma vantagem enorme! E as vantagens ainda são visíveis agora. Quando não precisar de estar doente para achar que mereço atenção e do melhor quando estou saudável, então ultrapassarei esta necessidade. Sou eu quem o poderá fazer, e quando quiser.

 Eckhart Tolle

Assim funcionamos todos. Aprendemos em crianças, com os nossos pais e não só, como actuar, como reagir às mais variadas situações e, quer seja bom ou mau para nós, quer nos dê ou retire valor, continuamos a repetir os comportamentos aprendidos. Sentimo-nos magoados por coisas e gestos de pessoas que estão a milhas de distância de imaginar que nos magoam - sim, há excepções - e não largamos essas dores porque queremos ter razão.

Não é interessante?

Quem seríamos nós sem a nossa razão?

Livres e felizes! 

Por que será que a felicidade nos assusta tanto?
Ser responsáveis por tudo o que fazemos dá trabalho, ou se calhar nem é isso. É o medo de tentarmos e não sermos capazes. Medo de provar que realmente todas aquelas afirmações que toda a vida nos disseram, estão certas e nem tentamos contrariar. Preferimos nem saber a verdade profunda do nosso ser.

Pela minha parte, estou agora a dizer basta. Quando alguém me diz algo bom acerca do que escrevo ou faço digo "sim senhora, mereço-o!". E por que não haveria de merecer? E quando faço algo errado digo "Que tenho a aprender aqui?”.
Há sempre algo a aprender. Não existem experiências negativas, apenas desafios a superar, lições a aprender.

De cada dificuldade posso fazer um degrau para subir mais alto, até onde a alma deseja chegar. Até onde a LUZ crê que merece pertencer. E todos nós temos tanta LUZ! Somos todos tão lindos, que é uma pena estarmos tão cegos pela nossa dor. Estamos habituados a viver na escuridão, pensamos que a LUZ nos vai magoar... cegar. Pelo contrário! É a nossa LUZ interior que nos transporta para a vida. É ela que nos preenche de AMOR. De PAZ.
De tudo aquilo para o que nascemos. E que tal descobrir qual a nossa missão aqui na terra?

Está a ser uma aventura fantástica!