Gaia (Adoa Coelho)

Gaia é a personificação do antigo poder matriarcal das antigas culturas Indo-Européias. É a Grande Mãe que dá e tira, que nutre e depois devora os próprios filhos após sua morte. É a força elementar que dá sustento e possibilita a ordem do mundo. Nos mitos gregos, os conflitos entre Gaia e as divindades masculinas representam a ascensão do poder patriarcal e da sociedade grega sobre os povos pré-existentes.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Corpo de Dor


Hoje vou escrever sobre o "corpo de dor".
Este é o nome que o Eckhart Tolle deu à dor que todos sentimos e fala dela como se de um verdadeiro corpo se tratasse.
Até certo ponto, é mesmo assim. Nós tomamos as dores psicológicas como se tivessem um corpo, como se fossem reais e até certo ponto são. Ou melhor, nós tornámo-las reais, não é que elas o sejam. Se tentarmos delimitar, pegar, materializar a dor, com que ficamos? Nada! É esta a verdade da dor. Somos nós quem a cria, somos nós quem tem o poder de a fazer desaparecer, desmaterializar.

Sabem quando se pega nuns óculos de lentes azuis e passamos a ver tudo azul? Pois é assim que funciona o corpo de dor, como uns óculos que usamos e, através dos quais, toda e qualquer experiência, mesmo boa, é experimentada como dolorosa.

 Dor gera sempre mais dor

Um ego magoado vê tudo dessa maneira, sob este ponto de vista. Parece que Einstein disse um dia que todos nós temos de escolher se achamos a vida nossa amiga ou inimiga. É este o mesmo princípio. Se observarmos a vida de um ponto de vista antipático, é isso que vamos receber.

Quando observamos um copo e ele está com a água pela metade... Está meio cheio ou meio vazio? Responde a esta pergunta simples e saberás como vês a vida. O copo não está nem meio cheio nem meio vazio. Metade é neutro. Nem positivo, nem negativo. É o nosso ego que classifica as experiências que temos e sempre através desses óculos. E se usamos uns óculos de dor? É dor que vemos.

Está em cada um de nós o poder de retirar esses óculos. A vida não é nem boa, nem má. A vida apenas acontece. A Natureza apenas acontece. Todos os dias, pessoas nascem e morrem. O equilíbrio vai-se mantendo. As tempestades seguem-se às bonanças, as bonanças às tempestades. Nada é novo. É tudo cíclico.

A dor tem o seu tempo, depois vem o prazer. E se quisermos sair deste ciclo vicioso, é notar quão inócuo tudo é. Se deixarmos de classificar e apenas observarmos a vida como ela é, vamos ter uma surpresa.

Quando tenho dores físicas, por exemplo ao caminhar, e sinto pena por não caminhar, é quando a dor demora mais a ir-se. Porque a natureza da dor é indicar que algo está errado, ela não precisa ficar. Mas de vez em quando nós gostamos e precisamos de nos queixar. Serve-nos algum propósito. Há sempre algo a ganhar... Por isso nos agarramos à dor. Quando era miúda, comíamos um bolo depois de irmos ao médico, especialmente se estivéssemos doentes. Então, segundo esta experiência, aprendi que se estivesse doente teria mais cuidados e atenção. Tinha mesmo direito a comer doces. Era uma vantagem enorme! E as vantagens ainda são visíveis agora. Quando não precisar de estar doente para achar que mereço atenção e do melhor quando estou saudável, então ultrapassarei esta necessidade. Sou eu quem o poderá fazer, e quando quiser.

 Eckhart Tolle

Assim funcionamos todos. Aprendemos em crianças, com os nossos pais e não só, como actuar, como reagir às mais variadas situações e, quer seja bom ou mau para nós, quer nos dê ou retire valor, continuamos a repetir os comportamentos aprendidos. Sentimo-nos magoados por coisas e gestos de pessoas que estão a milhas de distância de imaginar que nos magoam - sim, há excepções - e não largamos essas dores porque queremos ter razão.

Não é interessante?

Quem seríamos nós sem a nossa razão?

Livres e felizes! 

Por que será que a felicidade nos assusta tanto?
Ser responsáveis por tudo o que fazemos dá trabalho, ou se calhar nem é isso. É o medo de tentarmos e não sermos capazes. Medo de provar que realmente todas aquelas afirmações que toda a vida nos disseram, estão certas e nem tentamos contrariar. Preferimos nem saber a verdade profunda do nosso ser.

Pela minha parte, estou agora a dizer basta. Quando alguém me diz algo bom acerca do que escrevo ou faço digo "sim senhora, mereço-o!". E por que não haveria de merecer? E quando faço algo errado digo "Que tenho a aprender aqui?”.
Há sempre algo a aprender. Não existem experiências negativas, apenas desafios a superar, lições a aprender.

De cada dificuldade posso fazer um degrau para subir mais alto, até onde a alma deseja chegar. Até onde a LUZ crê que merece pertencer. E todos nós temos tanta LUZ! Somos todos tão lindos, que é uma pena estarmos tão cegos pela nossa dor. Estamos habituados a viver na escuridão, pensamos que a LUZ nos vai magoar... cegar. Pelo contrário! É a nossa LUZ interior que nos transporta para a vida. É ela que nos preenche de AMOR. De PAZ.
De tudo aquilo para o que nascemos. E que tal descobrir qual a nossa missão aqui na terra?

Está a ser uma aventura fantástica!


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