Hoje afirmei algo que não gostei.
Não o repetirei, não! Uma vez foi demais.
E pergunto a ti, a mim, porque tenho de ser a mulher adulta quando continuo aninhada no teu ventre bebendo do leite materno que me davas? Ainda o busco e alimento-me da sua saudade.
Sigo sem lutar por ti, esperando que adivinhes a minha necessidade dos teus abraços e tu, mãe, segues adivinhando que não te preciso e fujo de ti.
Como podemos correr no mesmo sentido, passarmos uma pela outra e não nos vermos? Seremos tão iguais que nos confundimos uma à outra como num espelho? Só assim o explico.
Só assim explico a minha afirmação de hoje, mãe. Fito os teus olhos na minha memória. Vejo as lágrimas derramadas anos atrás por minha culpa. E perguntei-te, mãe, mesmo sabendo da sua razão, perguntei-te porque choravas. Queria tanto dizer-te, queria tanto explicar-te, mãe, que te procuro em todas as mulheres mais velhas que eu, e busco a sua atenção e carinho, mãe... Porque te amo a ti mãe! Preciso é mais de ti, mãe...
Preciso que me dês a tua voz, o teu carinho, o teu amor, a tua atenção... Preciso que me dês o teu silêncio, o teu afastamento, a tua crítica e o teu coração... O teu total. Não te dividas em mim, mãe. Sê em mim.
Alimenta-me!
2 comentários:
Presumindo que as palavras que vou aqui deixar não são como um elefante numa loja de cristal, eu dir-lhe-ia palavra por palavra o que aqui está!
Ferreira-Pinto
O meu texto vai directamente ao encontro de umas palavras deixadas no seu blogue...
Escrevi-as em consciência, mais até no que está subentendido.
Talvez matéria a ser analisada numa outra prosa!
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