Gaia (Adoa Coelho)

Gaia é a personificação do antigo poder matriarcal das antigas culturas Indo-Européias. É a Grande Mãe que dá e tira, que nutre e depois devora os próprios filhos após sua morte. É a força elementar que dá sustento e possibilita a ordem do mundo. Nos mitos gregos, os conflitos entre Gaia e as divindades masculinas representam a ascensão do poder patriarcal e da sociedade grega sobre os povos pré-existentes.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Pay it Forward




Basta que cada um de nós mude para o Mundo mudar.
Eu faço a minha parte.

E tu?

terça-feira, 13 de novembro de 2012

As Minhas Histórias


Às vezes gostaria de apenas esquecer-me de quem sou. É um grande passo para cada pessoa - esquecer todas as histórias que nos construíram até agora e viver cada minuto como o primeiro. Claro que teria os inconvenientes da lógica. Esquecer de como se lê ou escreve, por exemplo, ou esquecer os nossos pais. Mas não é disso que se trata, não é de Alzeimer que falo. É mesmo de deixar as histórias que nos massacram de lado. Retirar a sabedoria delas, aprender, construir os tais degraus com elas e seguir em frente. É disto que falo. Para conseguir isto é preciso muito trabalho, é preciso olhar-nos nos olhos e ver a nossa alma despida sem matizes para disfarçar. É ter a coragem de sangrar, de estarmos nus perante nós mesmos para nos darmos um bom banho de realidade. Não adianta esconder quem somos por que há uma parte de nós que a conhece. É acedendo a ela que nos tornamos quem somos. É acedendo a ela que deixamos a nossa luz brilhar sem vergonha, sem medo de transpirar luz, sem medo de sermos grandes e lindos e maravilhosos. É disto que falo. A nossa nudez provém das histórias despidas.

Comecei este processo há três anos e nunca mais o poderei deixar. Para dizer a verdade última, comecei este processo desde que nasci. Não será por acaso que me lembro de coisas que aconteceram quando ainda tinha dois e quatro anos. São muitas histórias acumuladas, muitas malas de memórias que parecem não ter fim ou solução. Peguem num puzzle de 10 mil milhões de peças e levem-no às costas. Cada peça é uma história na nossa vida desde que nascemos, mas estas são apenas aquelas das quais nos recordamos. Cada história pesa em cada situação que vivemos no presente, por isso andamos carregados com elas - porque pensamos que elas nos vão ajudar a perceber quem somos.

Para além de serem um peso morto, elas (na maioria das vezes) apenas nos atrasam a ver e a fazer o que desejamos - a nossa luz. Usámo-las como desculpas, como verdades últimas de quem somos, de como o Mundo nos tratou e vai tratando. Uma grande ilusão. As histórias mostram-nos sim quem somos, mas é preciso olhar para elas sem vergonha e ver tudo, mesmo aquilo que mais nos magoou sem óculos coloridos para nos desviar das lições e do ouro real que as histórias nos dão. Cada uma dessas histórias de dor realizam parte essencial de nós e só desaparece quando descobrimos o ouro que estava por detrás. É assim que nos livramos desse peso morto. Mas por vezes este peso nem é morto. Não o é na medida em que vivemos nesse passado e nos perdemos nele como se o vivêssemos agora. Quantas vezes não ficamos assustados e com o coração a bater desenfreadamente quando nos lembramos de parte delas? Quantas vezes não reavivamos as nossas raivas e medos?

Pois esta é uma das maneiras de vivermos o passado e de o usarmos para impedir uma boa-aventurança no chamado "futuro". Tomamos decisões pondo todo o peso no passado esquecendo que há mais respostas, mais caminhos do que aqueles que já percorremos e nos magoaram. Mas continuamos nesses caminhos porque são aqueles que conhecemos e temos medo de trilhar outros, ou até de desbravar novo terreno porque sempre nos ensinaram que devemos desconfiar de desconhecidos. Aplicamos esta regra a tudo, a caminhos também.

Em vez de crescer para nos tornarmos em quem nascemos para ser - seres plenos e adultos - continuamos a ser crianças assustadas e cheias de medo. Usamos os telejornais para nos mantermos neste filme diminuído e que também nos diminui. Quem liga o televisor? Quem escolhe esta formatação? Quem escolhe?
Fui sempre eu. Sou eu quem tem medo de ser diferente da "norma" e esqueço que norma só o é porque foi instituída pela maioria. Ao lado existe toda uma enorme gama de desvios, de outras realidades que por fugirem ao que uns chamam de "norma" têm de ser tratados. Nas escolas, as crianças têm medo de ser quem são para não serem vítimas de bullying, nos trabalhos temos de vestir e fazer o que nos mandam ou somos marginalizados e despedidos.

Crescemos para servir outros e esquecemos que a nossa grande vocação vem de nos servir a nós. Quando eu sei o que quero não posso nunca ser usada para servir os demais, só me poderei ter a mim como mestre. Sigo-me a mim e dou-me como exemplo para quem quiser. Sou exemplo apenas de mim própria, só respondo por mim. Pelos outros, cada qual que se responsabilize. Sejam responsáveis pelas vossas histórias, irão descobrir que são responsáveis pelas vossas vidas e pela vossa luz. Só serão infelizes se o desejarem, não há ninguém a quem colocar as culpas, não é culpa de ninguém. Foi assim a construção da nossa vida, do nosso lar. Não culpem ninguém e serão capazes de reaver a vossa vida como algo que só a vós corresponde a sua continuação. Escolham o vosso caminho, a vossa alegria, a vossa virtude. Façam este caminho por vocês, não peçam a ninguém para fazer as vossas escolhas. No fim, serão só vocês quem vai responder elas. A conta final será sempre apresentada a cada um de nós. Para quê mais desculpas? Desculpas para nos livrarmos de tomar o nosso poder de volta! E quem damos esse poder? A quem? Pois a quem tememos não nos deixe viver. Quem é que não nos deixou viver? Nós. Quem deu o poder para fazer isso? Nós. Somos sempre nós.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Passo a passo



Olhar para trás provoca muita dor, mas só avançamos quando a dor se transforma em degraus.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A Padeira de Lutópia

Era uma vez um país chamado Lutópia. As pessoas deste país viviam sossegadas porque, embora se metessem na vida dos vizinhos, geralmente este meter o nariz também significava saber se estava tudo bem e, quando não estava ajudavam-se uns aos outros.


Em Lutópia os campos eram verdes e gabavam-se de ter sempre comida saudável nas mesas. Aborreciam-se com pouco, mas quando se aborreciam…

Havia, neste país, uma padeira a quem todos gabavam o pão. Felicitavam-na por ser tão trabalhadora. Levantava-se cedo, apanhava os transportes públicos e lá fazia a sua vida. Não tinha muito, mas sentia-se digna e honrada do seu trabalho.

Mas o governo, porque nem tudo era perfeito neste país de fadas, começou a complicar a vida à padeira. Afinal de contas ela era mais amada que o governo. Vendo-se ameaçado por alguém que alimentava o povo, o governo mandou aumentar o preço do pão. Aumentou tanto que quem trabalhava já não podia comer um único pão por mês. A morrer de fome, o povo queixava-se. De nada serviu.

A padeira, habituada a resolver tudo com proficuidade, pegou na pá antes que ela começasse a ganhar pó e saiu à rua.

Os vizinhos, curiosos e cuscas, seguiram-na. Quando a padeira chegou às portas do governo ainda teve de esperar que este abrisse o expediente. Como ela tinha tempo, esperou. Enquanto isto, os vizinhos de todo o país espreitavam a ver no que isto ia dar. E acumulavam-se atrás da padeira.

Quando o governo, por fim, chegou, encontrou o país à porta. Com receio, até porque o povo era mais em número do que os regentes temporários, ouviram o convite da padeira depois de os deixar entrar ao serviço - Ou saem pela janela ou usam a porta…




Nota da autora - Longe de ser dos meus melhores contos, apenas vos digo: Contem o conto e acrescentem-lhe um ponto…

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Passagens das almas

As minhas deambulações nocturnas levam-me a vários lugares da mente e do Universo. Esta noite não dormi. Embora me tenha deitado, acabei por me levantar de vido a um monólogo que estava a ter e me exaltou. As conclusões de todo o monólogo foi uma visão muito bonita de como funciona todo este sistema de almas com que vivemos. Como tive uma certa dificuldade em visualizar todo este processo com Luz, fui buscar o exemplo da água. Penso que ficou muito bem explicado. Espero que consigam visualizar bem. Digam-me de vossa justiça.

As almas são o motor da vida. São feitas de luz que se “afasta” da Fonte e atraca nos corpos. Nós. Para tentar explicar melhor esta ideia, tive a comparação de como o mar existe e de como as gotas se separam dele de várias maneiras. Podem evaporar, ficar lá por cima e formar nuvens, chover, ser bebidas, comidas. A forma difere mas não deixa de ser água. H2O. Assim como quando morremos não deixamos de ser nós. A água chove (reencarna) e tem um percurso do mais variado aqui na terra. Escolhendo, é bebida e absorvida pelos seres e faz parte integrante deles. Entra na constituição das plantas, da terra, de todas as células vivas dos animais vertebrados e invertebrados... ou simplesmente água – nos rios, riachos, sarjetas, mares e oceanos. Terra, nuvens e fora do ciclo, ou seja, de regresso à fonte - evaporação (o que nós apelidamos de morte e que não existe verdadeiramente) – Deus. As almas têm os mesmos desafios. Estão encarnadas – têm um corpo; estão desencarnadas – sem corpo ou regressam à Fonte que é o que nós chamamos de Nirvana ou Deus. Da mesma maneira que a água não deixa de ser água estando num outro estado físico, nós tão-pouco deixamos de ser nós por estarmos noutro estado físico. Continuamos a ser nós!

Não estamos sozinhos ou separados dos demais, embora tenhamos essa ilusão. É o efeito do corpo que habitamos.

Somos feitos da mesma matéria do nosso criador. Outra coisa não seria de esperar, pois não! Somos seres de Luz.

Como muito bem explicou o Dr. Wayne Dyer, quando comemos um gomo de uma laranja, nós sabemos como será a sua fonte – uma laranja. Assim podemos saber como é Deus. É Amor. É Luz. Assim somos nós.

Como é a existência das almas quando desencarnadas? Bom, para isso terão de ler o segundo capítulo do Ups! Engoli uma Estrela!!!!
Boas leituras!


"We are made of Stars.
We're a way of the Cosmos to know itself!"
Cosmos = Deus
:o)

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Escrever e publicar

Quantos de nós não começamos por pensar exactamente assim!!!

Está demais!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

O medo



O medo é o que nos impede de avançar, de viver a nossa Luz. É uma armadilha que mora nos nossos pensamentos. O antídoto é o Amor.
Como usar o antídoto?
Simplesmente olhando os nossos medos de frente. É preciso muita coragem. Depois perdoamo-nos. Tratamo-nos com muito carinho. E, por fim, deixamos ir abençoando o que e quem nos magoou.




P. S. – O hábito torna o processo mais fácil. É que o “hábito” traz-nos a realidade da nossa sobrevivência aos medos.


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Apresentação no Orfeão do Porto


Os meus agradecimentos ao entrevistador Carlos Sousa Ramos, à Isaura Santos, à Sónia Fernandes , ao Pedro Norton e à Conception pelo trabalho e dedicação excepcionais.

Bem-hajam!



Às vezes, o que desejamos, não é o melhor para nós, mas o que merecemos...

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Gonçalo M. Tavares em Frankfurt

Já estão disponíveis todos os filmes que fiz na Biblioteca Municipal de Frankfurt aquando a apresentação do livro do autor "Jerusalém".
A conversa foi toda em Português e alemão.
Os vídeos:

Gonçalo M. Tavares na Biblioteca Municipal de Frankfurt - 13 de Junho de 2012 - vídeo 1

 

Gonçalo M. Tavares na Biblioteca Municipal de Frankfurt - vídeo 2

 

Gonçalo M. Tavares na Biblioteca Municipal de Frankfurt - vídeo 3

 

Gonçalo M. Tavares na Biblioteca Municipal de Frankfurt - vídeo 4

 

Gonçalo M. Tavares na Biblioteca Municipal de Frankfurt - 13 de Junho de 2012 Penúltimo vídeo 

 E por fim, com a minha intervenção registada:

O Processo criativo do Gonçalo M. Tavares

 

Espero que gostem!

quarta-feira, 13 de junho de 2012

5 Story Mistakes Even Good Writers Make

AQUI pode estar uma enorme ajuda para os nossos livros.


Espero que seja instrutivo.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

O Poder.


Falo muitas vezes no "nosso poder". O que é?
O nosso poder - É como se fôssemos todos super-heróis e delegássemos os nossos poderes a outras pessoas porque essas pessoas fariam melhor uso deles do que nós. Na realidade, temos tanto medo do nosso poder que simplesmente, o ignoramos, ou nem o conhecemos. Muitos de nós vivemos assim. Eu vivi assim durante quase toda a minha vida. E porquê? Medo. Ignorância. Fragilidade. Medo.
Temos medo que não nos amem. Temos medo que tenham medo de nós. Temos medo de ser rejeitados. Temos medo da nossa própria luz. Estamos muito mais seguros na nossa escuridão. Porquê? Simplesmente porque estamos habituados a essa escuridão. Vejamos bem, se estamos habituados à escuridão, é certo que a luz vamos assustar-nos com toda e qualquer luz que nos apareça à frente. É como uma barata. Habituada à escuridão, ela foge para se recolher e esconder de qualquer nesga de luz que exista. Mas não, não somos baratas, somos seres humanos e fomos feitos para andar cá fora durante a luz do dia. Dizem-nos que somos maus, não merecedores, estranhos, etc, e se nos falam o contrário, não conseguimos acreditar. É um pouco isso o que acontece.



Quando andava no liceu, tinha um colega que demonstrou claramente que a minha luz o incomodava. E que fiz eu? Simplesmente apaguei-me. É assim que fazemos para não incomodar ninguém. Podem perdoar-nos facilmente por assassinar alguém, mas não por sermos fantásticos, felizes ou simplesmente vivermos na nossa luz. Sempre foi assim com as pessoas que mais iluminaram este planeta. Não foi por isso que Jesus Cristo morreu? Não foi por isso que Gandhi foi assassinado? Que John Lennon foi assassinado? Foi por causa da luz deles. A luz pode incomodar muito quem anda no escuro. Porque será? Tanto medo causa!
E uma mulher que seja iluminada? Ui! Que medo faz! E não só a um homem.
As mulheres devem andar atrás de um homem, ou vários. E estar debaixo das suas ordens, etc. Preferencialmente, debaixo dos lençóis de um homem ou na sua cozinha. Que outro lugar existe para uma mulher? Mas cada pessoa é a sua visão e o uso que faz do que tem. Se uma mulher é inteligente, por que não usar a sua inteligência em vez de se deixar subjugar por um homem? Na realidade, nenhum homem é capaz de subjugar ninguém se essa pessoa não quiser. Mas... Por que haveria uma pessoa deixar-se subjugar por alguém? Porque não sabe que o pode fazer, porque não sabe o poder que tem, porque tem medo. É muito mais fácil para um homem, seja ele quem for, lidar com alguém que não tenha cultura porque a cultura dá valor às pessoas. A cultura torna-nos iguais. A cultura dá-nos... Retribui-nos o poder que é nosso por direito. Cabe-nos a nós reclamá-lo. Mas reclamá-lo a todos os níveis. Somos seres fantásticos cheios de capacidade para tudo o que desejarmos. Temos o poder de acreditar ou não no que nos dizem. E podemos tanto acreditar que somos uma merda ou que somos merecedores de toda a abundância do Mundo. Em qual vamos acreditar? Eu acredito no que me dá mais poder, até porque é uma questão de crença. Tudo o que nos dá força é de louvar. Já basta termos quem nos deite abaixo. Somos todos filhos e filhas d@ mesm@ deus@.
Se for para acreditarmos em alguma coisa e é bastante arbitrário o que nos dizem desde a infância, raios! Que eu acredite no que me dá poder. Eu sou Deus!



Quanto mais soubermos, mais longe estamos de sermos manipulados.

sábado, 9 de junho de 2012

Palavras

As minhas notas musicais são as palavras.
Os textos são as minhas músicas.
Cada qual trabalha com o que tem.



quinta-feira, 7 de junho de 2012

No Centro de Nós

Cai água salgada dos meus olhos. Cai continuamente.
O Mundo é todo um concerto orquestrado por Deus e nós somos os instrumentos.
A música é divina. Nós somos divinos. Não acreditem no contrário, nunca!
Somos parte d'Ele. Como poderíamos não ser divinos?

Da última vez que estive em Portugal, há poucas semanas atrás, comprei uns DVDs. Comprei quase à sorte. Eram uns DVDs baratinhos, de uma revista qualquer. Sabia que regressava à Alemanha em breve e que havia uma grande probabilidade de ficar no aeroporto "encalhada". Comprei-os porque ADORO cinema. Foi uma das escolhas que fiz quando coloquei as hipóteses no papel para a faculdade.  

Entrei para pintura na faculdade do Porto. Era esse o meu caminho na altura. Deixei-o incompleto. Havia ali uma paleta que me doía no coração, na alma... Deixei de pintar. Quase morri. Deixei de escrever. Foram mais de 10 anos em que quase deixei de existir. Perdi-me. Mas só se pode encontrar quem se perde.  

Toda a minha vida procurei pela canção do meu coração. Olhava as estrelas. Dançava com elas. Ia para o telhado e via-me n'elas. Somos gémeas. Sim, somos gémeas. É de lá que venho. Sei-o. Sempre ouvi a sua música. Sempre falei com elas.

Acabei de ver um dos filmes que comprei naquele dia, no Porto. No aeroporto vi o "Copying Beethoven". Irritou-me a interpretação de alguns dos actores. Mas há uma interpretação que marca e vale a pena ver o filme só por isso. Ed Harris. Ele brinca Beethoven. É genial! Ele é Beethoven! Tal como eu sou Beethoven! Quando era criança, queria tocar música. Mas não era a música a minha expressão.  Pelo menos, não daquela maneira.

Via os filmes com o Fred Astaire e era tanta a música dentro de mim que tinha de a soltar. Ia para o quintal dançar sem fim. Criava as mais loucas coreografias. Era eu. Encontrava-me. Encontrava-me com Deus. Era Deus. Via os filmes com Elvis Presley e de novo... Dançava, cantava.  

Cantava no coro da igreja. Era quase só por isso que gostava de ir. Conhecia o Mundo através da música. Conhecia-me através da criação. Era como me encontrava e podia Ser sem falhas.

Quando estava na faculdade e tinha de seguir o que os professores diziam, era só falhas que eu era. A minha vida era uma grande falha. Onde estava eu? Estava onde o meu coração me deixara naquele dia do meu primeiro beijo... Nasci e morri nesse dia. Amar é deixar ir... quando não se luta - não gosto desta palavra... Fui para a universidade como se vai para um enterro. Era o meu enterro.

Gosto de escrever durante a madrugada porque é quando me encontro. Encontro-me no silêncio dos outros. Preciso deste silêncio. Encontro Deus assim. Como pode ser de outra maneira?

Vi o filme sobre Beethoven e vi-me. Vi a minha força lá espelhada. A força que atrasei. Conti. Chega!

Vi agora o filme "August Rush". É a história de um rapaz que não deixou que o calassem. Não sei se que história é verídica. Que interessa? Voltei a encontrar-me lá.

Sei que há sempre lugares onde nos podemos encontrar e não são todos físicos. No "coração" é geralmente um bom local para nos encontrarmos. Fechar os olhos e sentir a nossa alma. Deixar os gritos saírem, tocarem-nos. Deixar o que tiver de ser, sair.  

Quando era criança fiz teatro adorei e assustei-me. Quando era criança pisei um palco onde toquei piano e adorei. Quando era criança escrevi uma redacção e encontrei-me. Quando era criança desenhei e percebi a força de uma simples linha. Quando era criança saltava frente ao televisor para aguentar e não ir à casinha e perder um segundo que fosse dos filmes, ainda que fosse intervalo. Quando era criança fiz os meus documentários mesmo ao lado do David Attemborough e do Jacques-Yves Cousteau, lá no quintal. Quando era criança dancei com o Fred Astaire e as estrelas.

Vi agora um dos outros filmes que comprei em Portugal. Acho que o comprei lá para agora poder compreender toda a amplitude do que vi, já que estes filmes estão legendados. E tudo se conjuga.  

Estou a ler "Conversas com Deus". O primeiro livro. E está lá tudo. Estou a receber os sinais. Está tudo certo.  

Não sei o que está para lá da curva. As curvas da vida são sempre muito generosas e levam-nos sempre a nós.

Uma vez perguntaram-me, a minha editora, o que me vejo fazer daqui a uns anos. Não sei! Vejo-me a seguir-me. É uma resposta? Sim. É a única resposta que sei dar. Foram muitos anos a esquivar-me. E a vida perseguia-me sempre. Tinha medo da vida. E ainda tenho... um pouquinho! Que fazer? Foram muitos anos a aprender o medo. Falta cumprir o AMOR.

O AMOR é o único antídoto do medo, sabiam? É verdade! E a vida é sempre muito generosa a mostrar-nos o AMOR e como podemos chegar a ele. Ele está no meio de nós. LOLOLOLOLOL Conheço esta frase!   Ouvi-a muitas vezes na missa! É lá que está Deus. É lá que estamos nós. No nosso centro. Where else?

É engraçado, que tudo o que estou a ler, com poucas excepções, já o sabia. Já o sei. É tudo tão intuitivo! Não foi tudo encontrado dentro de mim. Foi um anjo que encontrei que me ajudou a recordar. Foi o Emídio! Tenho recebido muitos anjos na minha vida. É Deus que mos envia. Sabe que preciso muito deles para aprender. Porque me esqueci.  

Está tudo muito, muito certo!

Falta ver o terceiro filme. Vou deixar para outro dia. Sei que também me vai ajudar a deixar-me ir. Sei que vou chorar! São assim os melhores filmes, pelos vistos! Levam-nos a nós. Quando libertamos as emoções chegamos mais perto de Deus.

Aquela mulher no Porto, a que me deu os DVDs para a mão era um anjo! Eram os DVDs perfeitos!
A sincronicidade do Mundo é maravilhosa!
O DVD continua a tocar a música do filme - "someday we'll be together..."
Sim! Um dia irei deixar de me sentir sozinha. Já falta pouco! Sei qual é a falta que sinto. É Deus. Sei onde o procurar - em mim. Sei como fazê-lo criando. Escrevendo.

Sempre fui muito solitária e nunca gostei de seguir os outros. Sou bastante difícil nesse campo. Por isso nunca consegui seguir ninguém ou grupo, ou clube. No máximo, sigo o que algumas pessoas fazem ou vão fazendo. Aprendo o que tiver a aprender com elas. Mais anjos! Não sei se elas alguma vez aprenderam alguma coisa comigo. Estou aqui para aprender e tenho ainda muito caminho pela frente. Apenas sei que estou no caminho certo. Caminho para Deus. Tudo o "resto" encaminha-se.

Um dia, estava a dormir e acordei. Não sabia que horas eram e pensei em voltar a adormecer. Mas ouvi uma voz. Ela dizia – Don’t go back to sleep. Listen to the music inside of you. Don’t go back to sleep!
Não voltei para a cama. Fiquei mais atenta e tomei nota das ideias que me faltavam para escrever os capítulos mais lindos que alguma vez poderia ter escrito. Não poderiam ter sido escritos de outra maneira.
Tudo o "resto" encaminha-se.




segunda-feira, 4 de junho de 2012

EU

Tudo o que EU digo hoje, posso não subscrever amanhã. EU não sou uma ciência exacta.


Come Back To Me - Jason Thielke

 Através dos nossos amigos e grupos no Facebook vamos encontrando muitas coisas que nos ajudam, faço questão de partilhar aqui com quem tiver interesse. Espero que vos ajude.

The Ultimate List of Writing Software and Tools:

http://kerryg.hubpages.com/hub/The-Ultimate-List-of-Writing-Software-and-Tools

 

20 aplicativos do Facebook para quem gosta de ler:

http://canaldoensino.com.br/blog/20-aplicativos-do-facebook-para-quem-gosta-de-ler

domingo, 3 de junho de 2012

Desistir


Queria desistir do Eu e Ser.
Sei que é esse o caminho, o único caminho.

Quando o EU está presente esqueço-me de quem Sou, e Sou muito mais do que esse EU pede para MIM.
O MIM também já é falso. Não existe. Está tudo embutido na ilusão do que vivemos. Se só podemos Ser depois da experiência de não-Ser... Só quando morrer é que serei verdadeiramente. Agora é tudo uma mentira, uma ilusão que parece muito real. É confuso viver neste mundo. É confuso viver no EGO.

Desisto de tentar. Desisto de querer. Desisto de ser.

Que mais há para dizer? Se escrevo para organizar o que penso, escrevo pouco! Ando tão confusa! Resisto a tudo, mas nem é de propósito que estou a trabalhar a resistência, certo? Resistir é uma ... é o quê?
O que significa resistir? É o que gostava de saber. Resistir é ser também. E que significa resistir?
Pode ser uma maneira de continuarmos a ser nós ou voltar as costas a "nós". Que nos diz o estômago? É geralmente ele quem nos dá as respostas. Se pesado, já se sabe... Foi coisa a mais. Sejamos leves nesta existência. Sejamos como a água que fura tudo. E que mais há? Podemos meditar e entrar no nosso ser mais profundo. De momento apetece-me vomitar-me. Libertar-me de quem penso ser, de quem quero ser e deixar ir. Deixar-me Ser. Estou cansada de tentar ser.
LIBERTA-TE! LIBERTA-TE! LIBERTA-TE! Só tu o podes fazer.

Se é tão fácil? Porque parece tão complicado? Como desligar o complicómetro de vez?

Como?

Não quero mais nada, nem comer. Não quero ser gorda. Não quero ser "normal". Não quero ser triste. Não quero ...

O que não sou?
Não sou "normal". Não sou fácil. Não sou de andar a viver uma vida simples ou comum. Não sou errada. Não sou

Não sei!!!

Só me apetece vomitar-me!

...

É assim que vejo quem cria. É assim que me vejo a criar. A vomitar-me! A ser vísceras e alma. As duas vão tão de mãos dadas! Como separar se são juntas? Quero vomitar-me!!! Preciso vomitar-me!




Mas EU SOU ÁGUA! 99%! A Porcaria do resto, do 1%, é que estraga tudo!

sexta-feira, 1 de junho de 2012

A Adoa Coitadinha

No domingo a Adoa Coitadinha Cheia de Dores apareceu em palco. Mas não vou deixar agora a Adoa Queixosa aparecer aqui.

O interessante da situação é que as dores, e não só, pareciam dizer "olá" e voltar mais tarde, ou esquecerem-se.

Estava a reflectir nisto porque nada acontece sem razão. Enquanto EU precisar da Adoa Coitadinha, ela há-de sempre dar um ar da sua graça. Há sempre muito a ganhar  - a atenção dos outros, a complacência, as desculpas... Enquanto o ganho for maior que a perda não acontecerá reviravolta.

Mas a Adoa Coitadinha tem as suas virtudes - está sempre muito atenta ao corpo, é muito cuidadosa e amorosa. Nunca poderei simplesmente despedi-la. Ela faz-me falta.

O que poderei fazer é pegar nessas qualidades e utilizá-las de outra maneira onde, em vez de me retirar poder, o possa reforçar.

Em quê?

Em cuidar bem de mim.
Em trabalhar bem.
Em ser amorosa com todos os meus aspectos.
Em estar atenta e consciente....


quinta-feira, 31 de maio de 2012

Espertezas



É uma vez um burro que se recusa a atravessar a estrada sem ser na passadeira, nem que para isso tenha de fazer mais uns quantos metros e era uma vez uma raposa que se fez de morta no meio da estrada para se proteger de uma pessoa que a ia ajudar... e um camião passou-lhe por cima.



sábado, 26 de maio de 2012

Ups! Engoli uma Estrela - o Filme

Hoje de madrugada estive a experimentar vários programas de animação e dei-me muito bem com este.
Está aqui o resultado do meu primeiro filme de animação!

Espero que gostem!!!

UPS! I Swallowed a Star by adoa on GoAnimate



Create Video - Powered by GoAnimate.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

11 Common Author Mistakes and How to Solve Them

Como tenho sempre pessoas a perguntar-me sobre estas questões e hoje apareceu-me esta página com algumas respostas, deixo aqui a sugestão para quem está a começar, como eu!
São questões pertinentes que podem fazer a diferença.

Vejam AQUI.

terça-feira, 22 de maio de 2012

O coitadinho profissional



Vou falar como empreendedora nesta empresa que é a minha vida. E vou falar de um momento em que os dados giraram de uma maneira que nunca haviam girado antes. Será que a diferença está nos dados? Não! Eu é que mudei e por isso os dados mostram resultados diferentes.

Ok, vou ser mais clara e explicar.

Até agora, tenho quarenta anos, fui o que se pode chamar de "Vítima Profissional".
O que é isto?

Em qualquer situação da minha vida, em vez de olhar os problemas com coragem e mexer o meu traseiro para os resolver, baixava a cabeça e culpava-me de ser burra, incapaz, não merecedora, etc. Era sempre tudo minha culpa e o Universo conjugava-se para me castigar e repreender. Tudo estava errado e o maior erro de todos era EU. Vivia numa injustiça constante.

Que aconteceu entretanto e por que escrevo este texto?
Quando percebi que não era o Mundo que estava a fazer de mim vítima, mas EU quem se sentia vítima, isto deu uma outra perspectiva a tudo o que havia acontecido na minha vida. Todas as situações em que me havia sentido rebaixada, tinha a minha mão. Era EU quem se tinha sentido magoada independentemente de quererem ter-me magoado ou não.

Quando os pais decidiram colocar um monte de esterco no quarto dos filhos gémeos para o aniversário deles, aconteceu o seguinte:
O primeiro foi ao quarto, viu aquilo e ficou muito irritado e triste. Pensou imediatamente que os pais não o amavam. Por que outra razão fariam aquilo?
O segundo, ao entrar no quarto, ficou tão feliz que não parava de saltar. - Com tanta merda, só posso ter um cavalo como presente!!! - Gritou e foi à procura do cavalo lá fora.

É como a história do copo meio cheio ou meio vazio... O copo tem água a meio! Não está nem cheio nem vazio!!! Somos nós quem adjectiva o neutro. E a realidade é neutra. É o nosso ego que a classifica conforme as nossas vivências.

Se ferido, o ego vai classificar todas as experiências de "más". As experiências são o que são, nada mais. Quanto mais magoado estiver o nosso Ego, pior vamos viver essas experiências. Vamos chegar ao quarto, ver o esterco e ficar derrotados; vamos sempre encontrar o copo meio vazio.

Estou desempregada há quatro anos - É a realidade. Não tenho rendimentos de qualquer ordem - é a realidade.
Mas tenho tudo o que preciso. O Universo colocou-me na posição em que eu precisava estar para aprender, crescer, evoluir e assim escrever os meus livros. A realidade é tão generosa que me coloca à frente as pessoas necessárias para que tudo isso aconteça da maneira que tem de acontecer para eu ter a experiência da vida que mais me convém. O Universo sabe - já me conhece!! - que eu preciso de remoer tudo, de reflectir em tudo para avançar um pouquinho. Mas esse pouquinho pode ser um passo de gigante. Lá está, é o Ego a classificar o inclassificável!

A verdade é esta - é o facto de estar desempregada que me permite dedicar todo este tempo a melhorar-me e escrever.
Podia ter continuado a rebaixar-me e a dar o meu poder - aquele em que eu tomo a minha vida nas minhas mãos - e o dou a quem nem sequer conheço. É o que fazemos quando culpamos toda a gente menos a nós próprios do que nos acontece. Em vez disso, resolvi agradecer tudo o que a vida estava a oferecer-me. Durante este tempo, as histórias apareciam com muito mais frequência que o costume. Escrevi-as, deixei-me embalar por elas. Aprendi da situação e faço o melhor dela. Quando percebemos que somos co-autores de tudo o que nos acontece, é fantástico perceber a recuperação da nossa vida.





Quando Passos Coelho afirma que "Estar desempregado não pode ser um sinal negativo." e todos se sentem ofendidos... Só se sente ofendido quem quer. Pessoalmente, estar desempregada foi o melhor que me aconteceu. De que outra maneira poderia ter tanto tempo para escrever os meus livros e viajar para fazer apresentações? De que outra maneira poderia ter a experiência de acreditar que o Universo me fornece tudo o que preciso? De que outra maneira poderia ver tanta generosidade e criatividade à minha volta? As pessoas mais criativas são precisamente as desempregadas!





Quando vi este vídeo do TEDxCascais com o Edson Athayde há uns tempos, achei fantástico como esta pessoa acredita em si, na providência do Universo, tem tanto Amor para dar e, como tal, receber... O Edson Athayde despede-se de todos os empregos e parte para outros terrenos. Está sempre a desbravar novas ideias. Não pára.
Isto é acreditar em si e é viver como o Universo - a cada momento de braços abertos para a vida! Ele sabe que o Universo é impermanente, está sempre a mudar e antes de ser apanhado pelas mudanças, muda!
É preciso muita coragem para viver assim, é preciso estar muito na fonte, muito em Deus! Ou se calhar não! Se calhar será precisa muita mais coragem para viver na dor... Que dizes?

É isto que estou a aprender a fazer – abraçar cada momento da vida com tudo o que tem. Abandono a Adoa Coitadinha Profissional e abraço a Adoa Criativa e Cheia de LUZ. Aquela que ilumina o caminho de quem a rodeia e inspira. Ela sempre esteve aqui embora muitas vezes não lhe prestasse atenção. Tanto tempo "perdido"? Não! Tantas lições aprendidas! O Tempo "gasto" foi o necessário para mim.

A vida não é uma recta, mas está cheia de curvas e caminhos para explorar e tornar-se o mais rica possível. São os caminhos mais inesperados que nos levam a nós. Transformemos o medo na energia que nos ajuda a avançar com um pé, depois com outro e outro. É assim que fazemos o nosso caminho.

sábado, 19 de maio de 2012

Des-Ilusão


As des-ilusões são as coisas mais fantásticas que nos podem acontecer.
Trazem-nos de volta à realidade!!!





A realidade é tudo quanto existe. As ilusões são produto da mente, de...mente.


Hoje irei estar no Orfeão do Porto a partir das 17h, se a vida não tiver outros planos para mim!
Vai haver música, debates, entrevista à autora e sonhos no ar!

:o)

terça-feira, 15 de maio de 2012

Ups! Engoli uma Estrela na televisão



Em breve notícias.

Hoje na estação de televisão MVM vou estar em directo por volta das 15:30h.
Podem seguir pela net.

sábado, 12 de maio de 2012

Feira do Livro de Lisboa

Queridos amigos,

Estou de momento em Portugal a promover meu primeiro livro Ups! Engoli uma Estrela.

Estarei este fim-de-semana em Lisboa na Feira do Livro.
Podem encontrar-me no Pavilhão C07 a partir das 17h, Sábado e Domingo.




Espero encontrar-vos lá! Levem muitas perguntas!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

RESPEITO



Quando os temas se repetem é porque ainda não estão resolvidos em nós e podem aparecer-nos de muitas maneiras. Geralmente temos amigos que nos ajudam a trazê-los à superfície. E quando não são amigos (aquelas pessoas às quais damos esse nome carinhoso) são os inimigos (aquelas pessoas que nos dão uns empurrões na vida para nos fazer caminhar e nós pensamos mal delas...). Essas pessoas fazem-nos o favor de nos ensinar lições muito importantes ou não se apresentariam à nossa frente.

É assim que tem sido a minha vida e eu, como grande teimosa que sou, quero estar sempre a aprender as mesmas lições como se já não as soubesse de cor. Sei-as mas funciono como se não as soubesse, por isso as repetições. Sou mesmo muito teimosa!

A lição que ando a aprender desde criança é "como me respeitar". É esta a lição que muitas das pessoas que sofrem de Bullying precisam de aprender. Bullying, Mobbying, racismo, homofobia, escolham.

Já a minha irmã tentava ensinar-me esta lição quando éramos pequenas. Tive pessoas de todas as idades e em todas as situações possíveis para me ajudar. Cheguei a ter um patrão que me maltratou e eu deixei. Deixei porque achava que merecia o castigo. Tinha pessoas de todo o tipo a maltratar-me. Eu inclusive. E não duvidem, as pessoas tratam-nos da mesma maneira que nós nos tratamos. Afinal, nós é que lhes dizemos como o fazer.

O primeiro passo começa exactamente por nós. Como podemos começar por nos tratar bem? Talvez através da nossa alimentação? Através da nossa higiene diária? Do nosso diálogo interior? Higiene diária também pode passar pelo nosso diálogo interior. E o que é isso?

Quantas vezes por dia gastamos as nossas energias a falar mal de nós próprios?
- Não faço nada de jeito.
- Não sou capaz.
- Não consigo.
- Não tenho dinheiro suficiente.
- Não mereço.
- ...

Quantas destas frases utilizas no teu dia-a-dia?

Pois! É por aqui que devemos começar. Se mudamos a nossa maneira de pensar, mudamos a nossa maneira de actuar. A nossa tendência é actuar de acordo com o que pensamos, seja real ou não.

De cada vez que pensares que não és capaz de algo, responde a uma simples pergunta: Quantas vezes já foste capaz de fazer o que te propunhas? Certamente muitas. Toma atenção à qualidade do que fizeste. Houve alturas em que caíste e não tardaste a levantar-te. Observa uma criança a aprender a caminhar, a aprender a ler, a aprender a somar. Não era difícil quando estávamos a começar a aprender? Mas depois as tarefas simplificaram-se. Foi a prática que tornou essas tarefas fáceis.

Assim é com a vida. Assim é com o nosso discurso mental.

- Eu consigo.
- Eu sou capaz.
- Eu mereço.
- Faço coisas fantásticas.
- Eu tenho dinheiro suficiente para o que preciso.
- ...

Curiosamente, também houve pessoas que me ensinaram que sempre que eu me respeitava - e dependia também da forma como o fazia - tinha sempre consequências adjacentes.

Lembro-me bem de quando a minha colega Raquel, na escola primária, me deu um beliscão e eu, para lhe mostrar que não tinha gostado, resolvi fazer-lhe o mesmo. Não quis ser queixinhas e defendi-me. Ela foi a chorar contar à professora. Apanhei! Pagar com a mesma moeda não é respeitar-nos e pode não ser o caminho de nos fazer respeitar. É não fazer o que vai contra nós que significa respeitar-nos. Sim, achei que a professora tinha sido injusta, mas a minha colega nunca mais me deu beliscões!




Quando vemos algo com o qual não concordamos mas seguimos em frente, é isto, é aqui que podemos parar e dizer "não!". Depois temos as consequências, obviamente. Já "perdi" trabalhos por causa disso.  Mas a questão é: O que perdi na realidade? Será que perdi alguma coisa? Ou ganhei?

Na verdade, foi o facto de não ter ligado aos indícios do que via à minha volta, porque há sempre indícios, que me meti nas situações. Dali só poderiam sair os resultados que saíram. Qual a novidade? Não fui sempre eu a escolher? Não o fazemos todos?

Não quer dizer que a vida seja mais fácil ao seguirmos o caminho da nossa integridade, é geralmente mais difícil. Apenas significa que o seguimos de cabeça erguida. Há poucas coisas nas quais devemos fincar pé, os nossos direitos podem ser uma delas. O respeito por nós próprios é outra e certamente a mais importante.

A vida dá-nos os desafios para os quais estamos preparados. Nunca duvidem! Deus só dá nozes a quem tem dentes.

domingo, 6 de maio de 2012

A beautiful short film..

sábado, 5 de maio de 2012

As "Pequenas" Coisas da Vida...

 


A não é a preto e branco ou feita apenas de momentos "gloriosos". Os momentos mais saborosos são precisamente aqueles que, de ser tão "pequenos", nos marcam. É a intensidade e o valor simbólico que conta.

Quando era criança, vivia rodeada de pessoas idosas. Gostava especialmente da Esterinha. Ela pedia-me para lhe retirar os cabelos brancos. Dizia que me daria uns centavos por cada um. Nunca percebi qual o problema com os cabelos brancos, adoro os meus. Nunca cheguei a ver a colecção prometida que tinha ganho em tão nobre trabalho! Nunca me fixei nisso. Lembro-me de ir para casa dela. Bebíamos café fraco com torradas com manteiga. Molhávamos no café! Sabia bem! Nunca mais bebi café sem ficar doente e naquela altura bebia-o sem problemas. Ela contava-nos histórias que não me lembro, só de duas. Mas ficava muito concentrada em tudo o que ela dizia.

Lembro-me quando ela me repreendeu por tirar as lapas do nariz e metê-las na boca! E de contar, com ar muito sério, quando lhe mostrei uma abelha morta que encontrei  no nosso quintal, que não se devia matar as abelhas porque também elas eram criaturas de Deus! Lembro-me de ter ficado triste por ela ter pensado que tinha sido eu a matá-la.

Lembro-me de outras histórias. Lembro-me que ela sofria nas mãos de um homem que vivia com ela. Nunca percebi o porquê.

Lembro-me que ela tinha duas bonecas de porcelana que nos deixava pegar de vez em quando. Eram mágicas. As bonecas mais lindas que alguma vez tinha visto! Estavam-nos prometidas - a mim e à minha irmã. Tão-pouco alguma vez as reclamei. Nunca fui de reclamar nada.

Quando ela estava para morrer, fui chamada a visitá-la e não sabia o que dizer. Lembro-me de ter a cabeça cabisbaixa. Estava triste. Foi a primeira vez que vi a morte como uma separação sem solução e chorei. 

A minha Esterinha!

Quando era criança, brincava e ria como todas as crianças, acho. Mas sempre digo que nasci velha. Não sei se por ter crescido rodeada de pessoas idosas ou se por natureza da minha alma já de si bastante introspectiva. Mas foi assim que nasci.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Sinceramente, tua.

Há muita gente com medo desta palavra. Mas não é da palavra oca que têm medo, têm medo daquela que realmente diz o que pensamos. Todos nós, ou muitos de nós, gostará de dizer que o é. Para muitos que o afirmam não será verdade embora o desejem. Ninguém conseguirá dizer 100% o que pensa. Gostamos de pensar que sim, mas a verdade é que precisamos muito de ser amados por quem nos rodeia. Precisamos que gostem de nós. Eu preciso!

De cada vez que sorrimos sem necessidade e esperamos que nos sorriam de volta, de cada vez que mostramos o que fizemos para receber um elogio... Sim, precisamos que gostem de nós. Crescemos assim. Aprendemos que é com um sorriso que somos aceites e dói muito quando não o somos.

Tudo o que aprendemos em crianças vamos repetir pela vida fora. É um padrão que repetimos sem consciência. Estamos na vida e só vemos os caminhos que nos ensinaram a ver. Não é culpa de ninguém! Foi assim que aprendemos, é assim que agimos.

Quando aprendemos a sair desse círculo vicioso o Mundo abre-se para nós com muitas mais possibilidades.
Se sairmos do campo da sinceridade e formos ver como reage uma pessoa agressiva, encontramos algo como o seguinte:

Uma pessoa agressiva aprendeu que é batendo que consegue defender-se ou obter os seus objectivos. O medo que a pessoa sente ao falhar nalgum destes pontos torna-se insuportável e só consegue lidar com ele desta forma. Quando a pessoa agressiva começa a perceber que o problema não está nos outros mas em si, todo um mundo se abre. Um Mundo de possibilidades. A partir daqui, esta pessoa será capaz de dialogar, cooperar, ajudar, ver quem a rodeia, etc. Deixará de ser cega e começará a retirar a areia de dor que se provocava até àquele momento. Sei-o porque passei por isto. Passo por isto, já que não existem milagres e os caminhos só se tornam mais fáceis se os caminharmos.

Quanto à "sinceridade", sei que consegue magoar. Dói tanto como um murro no estômago. Talvez mais. Por vezes pode parecer que nos vai matar, mas o engraçado é que nunca acontece! Como podem as palavras matar-nos? Há gestos que o podem fazer e evitámo-los. A "sinceridade" é simplesmente o que outra pessoa pensa sobre nós e nós dela. É a nossa verdade ou a verdade da outra pessoa. O que existe de mal ou mau nisso?



Pela minha experiência pode, pelo contrário, ajudar-nos a crescer. Podemos usar isso para ver outros caminhos que não conseguimos visualizar e são imensos. Vamos sempre aprender se nos dispusermos a isso. Só vejo vantagens! Ademais, mostra-nos quem é a outra pessoa, sem máscaras. Só vantagens!
A mentira, embora útil muitas vezes, suga-nos muita energia. E se usássemos essa energia para coisas bem melhores? Não é outra vantagem?

Uma pessoa que mente vai ter de trabalhar para manter essa e as outras mentiras. Porque vai precisar sempre de outras para manter a primeira. Vai ter de estar sempre a prestar atenção a tudo o que fez e disse. Nunca terá descanso. E vai, eventualmente, ser descoberta. É uma perda de tempo para além de energia.

Se eu cortar caminho simplifico a minha vida, a dos demais, ganho tempo, energia, felicidade. Pode acontecer que encontremos quem não goste ou até use o facto para nos magoar, mas não nos esqueçamos nunca do seguinte: O poder de nos magoar é sempre nosso. Cabe-nos dá-lo a alguém ou não. A escolha é sempre nossa. As consequências também.

terça-feira, 1 de maio de 2012

1º de Maio

Que sentido faz festejar um dia para, nos outros, os restantes do ano, nos esquecermos daquilo que lutamos nesse dia?

Proponho que festejemos num dia sim, mas que durante o restante tempo do ano, passemos a reivindicar os nossos direitos.

Não fará mais sentido?


sábado, 28 de abril de 2012

In Love

The problem of being InLove is that we position ourselves outside of Love to be there.
Instead, if we ARE LOVE, there's no in or out, just BEING.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

A MENINA QUE ODIAVA LIVROS



Lembro-me de quando estava na preparatória e tínhamos um livro que deveríamos ler em casa para depois trabalhar nas aulas. Chamava-se "Os meus Amores" e é de Trindade Coelho. 
A capa é branca, apenas com o básico e uma cornocópia azul.

Ainda antes desta experiência, quando ainda não sabia ler, eu lia bastante. Lia as imagens dos livros do Tio Patinhas e do Pato Donald que as minhas tias devoravam. Eu devorava-os também!

Custou-me imenso ler "Os meus Amores" porque achei que não estava adequado para mim, para os meus colegas, para a nossa imaginação de crianças. Mas tinha colegas que gostaram de o ler. Eu não.

Já nessa idade notei que era um livro onde nada acontecia e eu queria que houvesse mais acção, era demasiado descritivo. Foi um livro que marcou a meu finca pé com a literatura portuguesa. Recusava-me a ler os livros oficiais para as aulas de português. Mas não todos!

Adorei Camões! Amei Fernando Pessoa! Diverti-me imenso com Gil Vicente!
Era assim que a literatura deveria ser!

Compensava com idas à biblioteca e a secção de ficção-científica. A minha adorada Biblioteca Municipal de Vila Nova de Gaia. Sempre que tínhamos um furo, zás! Biblioteca!

Com 13 anos descobri Dune de Frank Herbert. Todos os anos vejo o filme pelo menos uma vez e já li várias versões dos livros. Ainda hei-de ler a versão original. Foi uma marco na minha vida.

Outro marco, foi quando a professora de filosofia me indicou Virgílio Ferreira - Aparição.

Hoje leio autores portugueses com todo o prazer. Portugal tem autores fantásticos!!!
Lembro-me da capa do livro do Trindade Coelho porque mantenho a cópia desde então. De vez em quando leio e delicio-me como só agora posso fazê-lo.